domingo, 4 de novembro de 2012

O pecado de sorrir

Olhos se cruzam por aí. Todo momento vejo, olho, enxergo, vislumbro. Mas o sorriso não acontece da mesma maneira. Ele brota de um para ser oferecido ao outro. Sorrir é um convite e uma negativa. Diz não ao silêncio de quem se cruza. Convida o outro para dançar. Sorrir pode ser um ato pecaminoso por colocar em nosso campo de visão tantas possibilidades de sentidos e significados. Esboçado ou escancarado, o ato de demonstrar afeto e os dentes faz com que se coloque a mostra. Ninguém pode sorrir sem chamar para si a responsabilidade de entrar na vida do outro. Sorrir é uma carícia feita aos olhos do interlocutor. Nem todo mundo sabe ver um sorriso e o pecado que mora dentro dele: o pecado de fazer sonhar...

domingo, 26 de agosto de 2012

O pecado de ontem

Hoje eu acordei saudosista. Achei que fosse qualquer coisa como aquelas saudadezinhas que batem no fundo do peito, feito pedra jogada em poço, que só faz barulho ao atingir aquelas emoções profundas. O que seria essa falta que estava sentindo? Pensei sobre isso por toda uma hora - que considero ser um tempo razoável, já que sou muito mais racional e quase não consigo distinguir qualquer outro sentimento de fome - alguma coisa me dizia que era uma agulhada daquelas que a gente denomina nostalgia. Passei cinquenta e três minutos pensando de onde ela teria vindo e quando achei, logo após o término do quinquagésimo oitavo minuto, achei-o ridículo. Poderia ser fome que acharia mais honroso, mas era saudade de escrever. Não é desenhar um texto acadêmico ou soltar uma frase dessas bonitas que todo mundo acha profunda, mas que só é um grão nesse oceano que encontramos todos os dias dentro de nós, mas a vontade que eu estava sentindo era de contar um pouco sobre mim. Algumas pessoas dizem que ter alguém para amar é como ter um cúmplice, alguém que testemunha sua existência. Cai-me a ideia de que eu amo as palavras e, talvez, por amá-las, elas sintam o mesmo. Cumplicidade é não ter medo de ver o lobo, mesmo quando a nítida imagem que lhe aparenta é a de um cordeiro.

domingo, 15 de julho de 2012

O pecado de não se envolver

Se sentir frio, deve se agasalhar. Se o calor lhe incomoda, abra uma janela. Se está com fome, coma. Se tem sono, é melhor descansar. Se está com preguiça, organize a agenda para lhe dar um pouco de paz. Se quer sexo, faça. Se não tem parceiro, jogue sozinho. Se tem, arme os esquemas. A vida é feita desses envolvimentos pequenos, desses detalhes tão simples. Se dói, não dê com a cabeça contra o muro. Se sente falta, diga. Se sente carinho, demonstre. Ser sincero é uma forma linda de viver a vida. Ser sincero consigo, é um caminho para não se fazer invisível às suas necessidades. O caminhar não é complicado. Sempre um pé depois o outro. Se tiver dúvidas, pergunte. E se não souber chegar, peça auxílio. É bonito ser humano. Tenha fé em suas escolhas. Não se arrependa de não ter tentado. É difícil fazer tudo isso? Talvez seja, mas não vale a pena dar o cobertor ao outro para que ele lhe transmita calor. Há coisas que só nós podemos fazer, e essas, são aquelas que nos afetam diretamente. Saber, falar, ousar e calar. Talvez sejam essas as regras do jogo. Enjoy ^^

domingo, 1 de julho de 2012

O pecado das frustrações

Era do meu jeito. Sempre foi. Achava que sempre seria assim... E talvez fosse assim até o fim dos tempos, se de repente, por bom senso ou não, eu decidisse rever tudo que penso, faço e sou. E aí está, que medo que eu tenho de me frustrar. De sofrer. A culpa que carrego por querer ser aquilo que não sou. Depois, fui descobrindo aos poucos que preciso de mais cuidados, de ser mais sincero. Demonstrar quem sou pode fazer sustos e risos... são os riscos de mostrar ser quem é...

sábado, 30 de junho de 2012

O pecado da sinceridade

Hoje encontrei algumas das suas promessas. Eu li cada palavra pensando como eu sempre desejei ouvir cada uma daquelas promessas. Como eu estive perto do que eu valorizo. Um moço dolorido que tinha aberto o peito e dito que poderia me amar. E eu? Eu fugi. Sempre faço isso, sempre sofro as consequências de meninos que não sabem o que é dividir uma cerveja e acender um sorriso. Eu aprendi poucas coisas, mas uma delas foi que deixei uma oportunidade bonita desaparecer. Fiz você sofrer. Me fiz sofrer. Poderia ter sido diferente. Mas, o que fazer? A vida não nos espera para recobrar a realidade. Agora é seguir, com a certeza que preciso apurar os ouvidos e afinar os olhares. Não desperdiçar as coisas bonitas que aparecem. Eu perdi essa oportunidade, mas não deixei de reconhecer. Você me fez bem. Peço desculpas e assumo: a culpa foi minha. É o máximo que eu posso fazer. Que pena A. Espero que tenha sorrisos por onde passar. Um beijo terno e um abraço de arrependimento.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

O pecado de escavar

Ultimamente as vontades tem mexido comigo. Estou com alguns desejos e muitas fomes que fazia tempo que não sentia. Vontade de escrever de novo sobre minhas românticas histórias e das coisas que vivi, vi e venci por aqui, por ali, e, às vezes, acolá. Estou pensando muito sobre tudo isso. Algumas vontades mexidas e alguns sonhos trabalhados. As vontades tem mexido comigo por causa de diferentes coisas. Textos que estou lendo, pessoas que estou conhecendo. Estou com vontade de conhecer, de mastigar, de experimentar de olhos fechados como o mundo é e no que eu posso saborear. Ultimamente as vontades tem me parecido mais amenas, mas não são menores. Pelo contrário, estou com vontades do tamanho dos meus dragões da época da infância... talvez seja um pouco dessa minha consciência de que as jujubas vermelhas eram mais gostosas... elas me lembram muito as pílulas de pecado que dissolvo por aqui...

domingo, 10 de junho de 2012

O pecado de ceder

De repente me deu uma vontade de ceder. Vez, lugar, tentativas... Uma vontade dessas boas de se deixar acontecer. Não sou de aceitar cortejos, gosto de brincar de esconde-esconde Gosto muito de fazer festejos de vez em quando, ao luar E de, por vezes, fingir não ser... Mas me deu uma fraqueza pensar num "pode ser" Me deu uma vontade de experimentar você Talvez seja carência, como você comenta, E quem sabe seja esse meu gosto por tormentas que faz meu pensamento tentar E quem sabe haja valsa, vinho, violão, vozes e veludo E quem sabe encontremos novos passos E outras danças e muitos traços E quem sabe a vida seja apenas isso Encarar que existem medos e vontades... Mas me deu vontade de tentar Me deu uma vontade boa de acreditar Parecendo até que nunca suspeitei da vida ser apenas uma boa brincadeira de pega-pega O bom, foi saber que me deu vontade... E quem sabe as vontades sejam próximas E nos aproximem outras vontades E haja valsa, versos e violão E haja vinho, veludo e paixão E quem sabe tudo não passe de ilusão Mas, aos poucos, percebo que é da ilusão que tudo nasce Então começo as preces pra nascer mais uma vez...